domingo, 12 de janeiro de 2014


Os olhos que espreitam

 
 
 
Os olhos que espreitam são teus. Alma do que sinto sem compreender.  Entregue, extático, observando navios no céu, assombra-me o frio de tua ausência, que dita poemas sem sentido para um amor que canta desolação e luz. Ampara-me o impacto de teu olhar surgindo inesperadamente, voo da mulher amada, o manto negro como asas cheias de estrelas, absurda e bela na escuridão. Rainha da noite mirando-me em meu abismo, cantando comigo novas canções. Beijos de mãos nervosas e cálidas que me falam de paixão e perdas. Carícias furtivas com que me invades à noite e juras amor eterno.
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Foto © Paulo Sallorenzo